Linked Data, Semantic Web e a democracia
Podemos ser uma minoria, mas é bom saber que não somos casos isolados ao acreditar na facilitação do acesso à informação para atingir uma maior cidadania e democracia.
Devemos em particular exigir aos nossos governos que os dados que as instituições públicas detêm sejam facultados da forma mais aberta possível. Afinal de contas, esses dados pertencem a todos nós por princípio, mesmo nos raros casos em que a sua obtenção não tenha sido financiada através dos nossos impostos.
Nesta palestra TED, Tim Berners Lee exprime de forma bastante sucinta e eloquente a sua visão de uma rede de conhecimento realmente útil para as pessoas. Como se pode intuir, a realização deste sonho é mais limitada pela vontade em adoptar os "standards" propostos do que pela tecnologia em si, a qual existe e está já disponível para publicar a informação num tal formato que possibilita o seu processamento por qualquer pessoa com vontade para tal.
É no entanto provável que o sr Lee esteja um bocadinho à frente do nosso tempo, e que faltem ainda alguns ingredientes essenciais para poder tornar esta sua visão do Linked Data e da Web Semântica nuna realidade ao nosso serviço.
P.S: Acho particularmente eloquente o momento (entre 10:25 e 11:09) em que sir Tim Berners Lee coloca de parte o seu título, e qual agitador de um movimento revolucionário, convida a plateia a repetir com ele:
"RAW DATA NOW!"
Mesmo sem termos consciência disso, é exactamente o que todos queremos.
Palavras chave: 'linked data', rdf, 'semantic web', W3C.
Edição a 26 Dez 2020:
A web semântica do Sr Lee parece estar tão distante hoje como o era em 2009. No entanto, parece-me que continuam a reunir-se elementos essenciais para a sua concretização, como a vulgarização das API REST, e a tentativa de aplicar os conceitos do blockchain a "tudo e mais alguma coisa".
A sonegação de informação está extremamente enraizada na nossa tradição Judaico-Cristã, inclusivamente está na génese da noção de pecado, a macieira era a árvore do conhecimento que nos tornaria a nós próprios Deus.
ResponderEliminarÉ um conceito extremamente interessante que apresentas no post, mas, e não querendo advogar pelo diabo, de dificílima realização por motivos culturais, económicos, …